quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Política do café com café

Durante o período da República velha no Brasil, houve um revezamento entre paulistas e mineiros no poder. Talvez de maneira menos exacerbada, mas isso tem ocorrido também no campeonato brasileiro no século XXI, exceto pelo fato de que o revezamento tem sido realizados em sua maioria entre paulistas e paulistas.

O último campeão fora do eixo SP-MG, foi o Atlético-PR, campeão em 2001. Depois dali, surgiram os meninos da vila que levaram o peixe ao título de 2002. Em 2003 chega a vez dos mineiros, que não comemoravam um título brasileiro há três décadas (o Atlético-MG ganhara em 1971) comemorar novamente um título, dessa vez através do Cruzeiro, comandada por Alex, dentro de campo e Vanderlei Luxemburgo, fora dele. Em 2004, seguindo a política do café com leite, os paulistas retornam ao poder; é o bicampeonato do Santos e de Luxemburgo. Em 2005, se fossemos seguir a política da antiga república, seria a vez dos mineiros; mas não foi o que aconteceu. Discussões à parte, o título ficou com o Corinthians, na conturbada polêmica envolvendo Edílson Pereira de Carvalho. E apartir de então, os paulistas estabeleceram uma hegemonia que se firmou com o bicampeonato do São Paulo em 2006 e 2007, sob comando do excelente Muricy Ramalho.

Se mudarmos nosso foco para o G4, as coisas tornam-se ainda mais desproporcionais; das últimas vinte equipes que alcançaram a classificação para a a taça Libertadores, 14 eram paulistas, e o Estado não termina um brasiliro sem representantes nas quatro primeiras vagas desde 1988, confira a lista:



http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_brasileiro#Campe.C3.B5es



Analisando os dados, a supremacia dos paulistas é indiscutível; para acabar com a política do café com leite, cabe aos gaúchos do Grêmio manterem a liderança até o final, desbancando os paulistas Palmeiras e São Paulo e o mineiro Cruzeiro. Mas não será dessa vez que o estado de São Paulo ficará sem representante na Libertadores. Pode apostar.

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