segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Confrontos diretos: melhor não tê-los.

Analisando a tabela do Brasileirão em sua reta final, podemos verificar quatro confrontos diretos para os cinco primeiro colocados, os quais estão destacados abaixo:

Cruzeiro x Grêmio; Palmeiras x Grêmio; Cruzeiro x Flamengo; e Flamengo x Palmeiras.

Considerando que, na reta final do campeonato, apenas 4 pontos separam o líder do quinto colocado, passa pela minha cabeça se realmente é um bom negócio enfrentar seus concorrentes diretos. É um faca de dois gumes.

O Grêmio tem dois confrontos diretos, ambos fora, contra Cruzeiro e Palmeiras respectivamente.
O Cruzeiro tem o apoio do Mineirão contra Grêmio e Flamengo.
O Palmeiras recebe o Grêmio e vai visitar o Flamengo.
O Fla vai ter o apoio da torcida no Maraca contra o Palmeiras e vai enfrentar a torcida cruzeirense no Mineirão, não menos lotado.

E o São Paulo? O São Paulo vai assistir e secar, mas a verdade é que qualquer resultado nesses jogos é vantajoso para o tricolor, pois pelo menos um de seus concorrentes caírá(em caso de vitória de uma das partes), ou melhor ainda, ambos perderão pontos(em caso de empate). É óbvio que o São Paulo não pode esquecer de jogar bola, mas a tabela da reta final parece favorecer quem não tem disputas diretas. Cabe aos times que tem os confrontos somar no mínimo 4 pontos dos 6 possíveis, nesses clássicos, senão o título ficará distante. Porém, isso não será possível para todos.

A torcida e o time são paulino nunca estiveram tão confiantes no hexa. E o São Paulo quando cresce e acredita, geralmente não vacila, vide os dois últimos anos. Acho que temos um favorito.

Hinos

Em todos os jogos, antes do início da partida, é tocado o hino nacional brasileiro, e posso afirmar, como frequentador de estádio e conhecedor da cultura brasileira; que poucos cantam ou sequer percebem que o hino está sendo cantado. Porém, tente cantarolar a letra do hino do clube do coração de alguém ao seu lado. As pessoas se identificam muito mais com a letra do hino e sua representatividade e entendem o verdadeiro sentido de ouvir um hino: respeito, paixão e identificação.

Esses hinos foram escritos por torcedores apaixonados, seguidores fiéis e acima de tudo amantes do futebol, nessas canções de apoio demonstram o respeito, a importância e o amor que tem por seus clubes, seguem alguns trechos.
PS: Alguns desses não tocam a muito tempo, mas sua representatividade não tem nenhuma relação com isso.
Alguns autores destacam suas glórias:
"Tú és forte, tú és grande, Entre os grandes és o primeiro." (São Paulo)

Outros destacam a fidelidade dos torcedores:
"Até a pé nos iremos, para o que der e vier mas o certo é que nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver..." (Grêmio)
"Salve o Corinthians, o campeão dos campões, eternamente dentro dos nossos corações..." (Corinthians)

A importância dos clubes para suas vidas:
"Eu teria um desgosto profundo, se faltasse o Flamengo no mundo..." (Flamengo)

Elogiam seus torcedores:
"Torcida que canta e vibra, com nosso alviverde inteiro..." (Palmeiras)
"Tua imensa torcida é bem feliz, norte-sul, norte-sul desse país." (Vasco)

Enfatizam o nome de suas paixões nas letras:
"Botafogo, Botafogo campeão..." (Botafogo)
"Santos! Santos! Gol!..." (Santos)
"Cruzeiro, Cruzeiro querido, tão combatido jamais vencido..." (Cruzeiro)

Entre muitas outras canções de homenagens marcantes ao futebol.
Enfim, independente do time que torça, a identificação e emoção que o hino passa a seu torcedor é indescrítivel, justamente porque seus autores são torcedores, tão apaixonados quanto nós.
Faça o exercício e comprove se você é um torcedor apaixonado: coloque o hino do seu time pra tocar, preste atenção na letra, e tente não se emocionar, duvido que consiga.

Confira a letras no link abaixo:
http://hinos.wordpress.com/

Resta saber qual deles irá tocar no fim do campeonato.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Finais à vista nos pontos corridos

GRÊMIO: Sport (C), Cruzeiro (F), Figueirense (C), Palmeiras (F), Coritiba (C), Vitória (F), Ipatinga (F), Atlético-MG (C).

CRUZEIRO: Atlético-PR (F), Grêmio (C), Goiás (F), Fluminense (C), Náutico (F), Flamengo (C), Internacional (F), Portuguesa (C).

PALMEIRAS: Fluminense (F), Goiás (C), Santos (F), Grêmio (C), Flamengo (F), Ipatinga (C), Vitória (F), Botafogo (C).

SÃO PAULO: Vitória (C), Botafogo (F), Internacional (C), Portuguesa (F), Figueirense (C),
Vasco (F), Fluminense (C), Goiás (F).

FLAMENGO: Coritiba (C), Vitória (F), Portuguesa (C), Botafogo (F), Palmeiras (C), Cruzeiro (F),Goiás (C), Atlético-PR (F).

Esses são os jogos que restam para os candidatos ao título brasileiro. Os pontos corridos reservam muitas emoções e inúmeras finais para cada time e seus torcedores, as quais estão em negrito na tabela acima e foram analisadas a seguir, levando em consideração a colocação dos times e os locais dos jogos:

O Grêmio tem teoricamente três jogos fáceis: o próximo confronto com o Sport (que não tem mais pretensões no Brasileirão, por já estar classificado pra Libertadores), o Figueirense daqui a três rodadas e o Atlético-MG em casa, na última rodada. Tem três jogos de dificuldade média, contra o bom time do Coritiba em casa e contra Vitória e Ipatinga(esse último necessitando da vitória pra fugir do rebaixamento) fora. E tem duas finais fora de casa, confrontos diretos, contra Palmeiras e Cruzeiro.

Os mineiros tem três jogos de dificuldade mediana, contra Atlético-PR fora, Fluminense em casa e Náutico fora. Tem um jogo teoricamente fácil na última rodada contra a Lusa em casa. E enfrenta quatro pauleiras: Grêmio e Flamengo em casa e Internacional e Goiás fora.

O Palmeiras tem uma seqüência de cinco finais seguidas nas proximas cinco rodadas e depois vida mais traqüila. Na próxima rodada o verdão visita o Fluminense, que precisa ganhar pra escapar do rebaixamento e tem subido de produção nas últimas rodadas (o Flu não perde a quatro jogos e o futebol apresentado vem melhorando), em seguida pega o Goiás em casa, sensação do segundo turno, que não perde a oito jogos, apesar de ter empatado os últimos três. Depois o clássico contra o Santos em ascensão, dentro do caldeirão da Vila Belmiro. E por fim, os confrontos diretos contra Grêmio em casa e Flamengo fora, com ambos os estádios lotados. Passado esse período os últimos três jogos são mais tranqüilos, contra Ipatinga e Botafogo em casa e Vitória fora.

O tricolor do Morumbi pega agora o Vitória em casa e deve fazer a lição de casa, depois sai pra enfrentar o Botafogo no Engenhão, e recebe o Inter em casa, jogos difíceis que devem ser encarados pelo tricolor como finais, assim como o último confronto do time paulista, contra o Goiás no Serra Dourada. Os outros jogos são teóricamente mais fáceis: a Portuguesa e o Vasco fora; e Fiqueirense e Fluminense em casa (apesar da necessidade de vitória desses times para fugir do rebaixamento).

O Flamengo tem dois jogos muito difíceis e essenciais pra continuar sonhando com o título: contra o Palmeiras em casa e Cruzeiro fora, sem falar no clássico contra o Botafogo no Engenhão.
Mas o Fla tem tropeçado em adversários mais fáceis, visto o Atlético MG na penúltima rodada e por isso deve abrir o olho na próxima rodada contra o coxa e na penúltima contra o Goiás, ambos em casa. O jogo contra o Vitória no Barradão também será muito difícil, visto a derrota para os baianos no primeiro turno no Maracanã. Os jogos contra Portuguesa e Atlético PR em casa são relativamente mais fáceis, mas esses times estarão lutando pra fugir das última posições o que dificulta muito esses jogos.

Times fora do G4 também participam da briga pelo título: alguns times que não lutam mais pelo caneco, foram premiados (ou castigados) pela tabela e por isso terão papéis fundamentais na reta final: o Vitória ainda enfrenta quatro dos cinco primeiros colocados: São Paulo fora de casa e Grêmio, Flamengo e Palmeiras em casa. O Goiás também tem quatro confrontos, dois em casa, contra São Paulo e Cruzeiro e dois fora contra Palmeiras e Flamengo. O Fluminense ainda tem três desses adversários e precisa das vitórias para espantar o fantasama do rebaixamento, pega o Palmeiras em casa na próxima rodada; e São Paulo e Cruzeiro fora. A Lusa, na mesma situação do Flu ainda pega o São Paulo em casa e o Flamengo e o Cruzeiro fora. Outro carioca ainda tem três "confrontos com o G4": o Botafogo, que pega São Paulo e Flamengo no Engenhão e o Palmeiras no Palestra na última rodada.

Previsão de muita emoção na reta final, pra calar de vez aqueles que criticam o campeonato de pontos corridos, pela ausência de finais. A realidade é justamente o contrário: não faltam finais, nem emoção.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Política do café com café

Durante o período da República velha no Brasil, houve um revezamento entre paulistas e mineiros no poder. Talvez de maneira menos exacerbada, mas isso tem ocorrido também no campeonato brasileiro no século XXI, exceto pelo fato de que o revezamento tem sido realizados em sua maioria entre paulistas e paulistas.

O último campeão fora do eixo SP-MG, foi o Atlético-PR, campeão em 2001. Depois dali, surgiram os meninos da vila que levaram o peixe ao título de 2002. Em 2003 chega a vez dos mineiros, que não comemoravam um título brasileiro há três décadas (o Atlético-MG ganhara em 1971) comemorar novamente um título, dessa vez através do Cruzeiro, comandada por Alex, dentro de campo e Vanderlei Luxemburgo, fora dele. Em 2004, seguindo a política do café com leite, os paulistas retornam ao poder; é o bicampeonato do Santos e de Luxemburgo. Em 2005, se fossemos seguir a política da antiga república, seria a vez dos mineiros; mas não foi o que aconteceu. Discussões à parte, o título ficou com o Corinthians, na conturbada polêmica envolvendo Edílson Pereira de Carvalho. E apartir de então, os paulistas estabeleceram uma hegemonia que se firmou com o bicampeonato do São Paulo em 2006 e 2007, sob comando do excelente Muricy Ramalho.

Se mudarmos nosso foco para o G4, as coisas tornam-se ainda mais desproporcionais; das últimas vinte equipes que alcançaram a classificação para a a taça Libertadores, 14 eram paulistas, e o Estado não termina um brasiliro sem representantes nas quatro primeiras vagas desde 1988, confira a lista:



http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_brasileiro#Campe.C3.B5es



Analisando os dados, a supremacia dos paulistas é indiscutível; para acabar com a política do café com leite, cabe aos gaúchos do Grêmio manterem a liderança até o final, desbancando os paulistas Palmeiras e São Paulo e o mineiro Cruzeiro. Mas não será dessa vez que o estado de São Paulo ficará sem representante na Libertadores. Pode apostar.

Descaso gera descaso.

As últimas atuações da seleção brasileira não foram muito animadoras (principalmente em casa), pelo contrário, muita gente cochilou durante o jogo no sofá de casa, resultado da sonolenta apresentação da equipe brasileira. Além disso os fatos ocorridos nas Olimpíadas e na Copa América, levantaram dúvidas quanto ao comprometimento de alguns jogadores com a seleção brasileira também colabora para a falta de sintonia entre o Brasil e seu torcedor. Não condeno as atiudes dos jogadores, mas não entrarei nessa discussão aqui. A escalação européia do time também não ajuda: dos 22 convocados da última lista, apenas três atuam no país.
Mas fato é que esse suposto descaso e más atuações da seleção, contrasta-se com a emocionante reta final que o campeonato brasileiro vem apresentando, o que tem gerado um sentimento recíproco por parte das arquibancadas quanto ao desinteresse pela amarelinha.
Contra o Uruguai, em novembro do ano passado, pelas próprias eliminatórias, no Morumbi em São Paulo, bastaram algumas horas para que os ingressos se esgotassem, todavia, no Maracanã, um dia antes, apenas 30.000 ingressos haviam sido vendidos. E nesse mesmo Maracanã, a torcida do Flamengo esgotou os ingresss dias antes.
Não que a atuação do time rubro-negro tenha sido melhor, mas pergunte a um flamenguista se ele trocaria um título da seleção brasileira pelo final de uma fila de espera no cenário nacional que já dura desde 1992, ano da última conquista do Fla no Brasileirão. Pergunte a um corinthiano se ele permaneceria na série B, para ver o Brasil ser hexa, ou se um vascaíno disputaria a divisão de acesso no ano que vem pra colocar mais uma estrela na amarelinha.
Com certeza o tema levantaria discussões, mas com certeza, tricolores, alvinegros, rubro negros, alviverdes (entre outros) dificilmente optariam pelas glórias da seleção em detrimento das cores de seu time do coração, aquele que ele acompanha diariamente, de tão perto.

Semana de clássico

Semana de clássico é sempre assim, você mal pisa na padaria pra tomar seu café e já escuta:
"-É domingo, hein!?!".
Então durante toda aquela semana, torcedores de ambos os times se provocam de todas as maneiras possíveis:
"-Domingão vou fazer um porco assado, lá em casa"
"-Os bambis acham que tem chances..."
E por aí vai. Tudo besteira, não passasm de blasfemias, a verdade é que todos estão com medo. Ok, medo não é a melhor palavra; a palavra correta seria respeito, que aliás é característica essencial de um clássico, se você não respeita o adversário e sua grandeza e importância, não seria considerado um clássico. São paulinos e palmeirenses podem dizer o que quiserem, mas todos sabem que qualquer coisa pode acontecer no jogo de domingo, se não, não seria um clássico. Clássicos desafiam toda a lógica, o momento, o local do jogo, desfalques e recentes conquistas. É o momento da reviravolta para o que está em situação ruim e o momento de afirmação para o que está em cima na tabela. Porém, quando o clássico é como o desse domingo, um confronto direto, um jogo de seis pontos; eles ganham mais em importância e emoção. É possível sentir o ambiente do clássico, e isso vai muito além dos estádios, é disso que todos falam, é isso que está nos jornais, mesmo aqueles torcedores que não acompanham os campeonatos assistem. E quanto a qualidade do jogo o clássico deixa as incertezas de lado: teremos um jogão no domingo e que vença quem ainda quiser sonhar com o título.

Está valendo...

Apita o arbitro começa o jogo por aqui. Nesse local tratarei do futebol e das várias outras ciências que o rodeiam. Tornado-o a ciência mais inexata e gostosa de discutir do mundo. O mundo é uma bola: It´s soccer way of life.